terça-feira, 30 de dezembro de 2008

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A luz do trem, quando vem, pela ponte, dá no meu quarto.
Pelo vidro da janela e bate no armário.
Como ele é branco, ilumina tudo.
Dá pra ver tudo o que tenho preguiça de mudar por aqui.

O som dos carros da marginal, me faz sentir, às vezes,
que estou perto do mar.
Parece.

Quando chove, um quase imperceptível, cheiro ruim, vem do rio Tietê.
Mas eu só sinto quando procuro.

Se eu me deitar de bruços, fico incomodado, se me deitar de barriga pra cima,
tenho pesadelos: então me restam duas opções: me virar pra esquerda, quando me distraio vendo o móvel do computador, comparando-o com um rosto, ou pra direita, quando me distraio com as pequenas, minúsculas, bolinhas da tinta da parede.

A pior parte de escovar os dentes é perder o último gosto do suco de goiaba.

Era só falar: ...
Nem imaginando consigo saber o que falar. Imagina lá. Meio bêbado ainda.
Porque bêbado fico "ainda mais". "Ainda mais" em tudo.
Se não podia falar; bêbado, não podia ainda mais.