sábado, 24 de outubro de 2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Romance no dedão

Um dia um pedaço de carne abraçou um pedaço de unha e eles nunca mais se separaram.

É a transa mais nojentadoloridasemfim do mundo.

sábado, 22 de agosto de 2009

para se filmar com uma modelo escandinava

Joana triste, olha para baixo.
Uma mão masculina lhe oferece um cigarro. Joana olha (brava/birrenta) para o dono da mão e então abocanha a ponta do cigarro com seus dentes; olha novamente para seu dono antes de fechar os lábios em volta do filtro. A mão masculina risca um fósforo na cara de Joana e acende o cigarro. Joana dá um trago e arrota a fumaça em direção ao seu dono, que ri fora do quadro. Joana desvia seu olhar (tristonho) para o lado oposto, deixando a fumaça fina recobrir seu rosto.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O ABC ainda é o mesmo.

Eu lembro do flerte na sala de aula. Era mais ou menos assim: às vezes conseguia sentar do lado da moça, aí era fácil, só puxar assunto, mas, quando não, era terrível.
Eu fixava os olhos no professor e punha uma expressão no rosto que mostrava toda minha compreensão e entendimento da aula, sabe?, pra parecer o tal. Mas olha: por dentro, e principalmente pelo canto do olho, era só nela que eu mirava. A impressão que eu tinha, e que imagino que todos tenham nesses momentos, é que ela retribuia o olhar de canto de olho, só que mais do canto ainda (as mulheres tem essa habilidade), às vezes até deixando escapar uma expressão de esforço no rosto e uma leve (íssima) virada no pescoço pra ver melhor.

O mais difícil era não mostrar que eu tinha tanto interesse. Ignorar é ótimo pra conseguir a atenção delas.
E é aí que o mais engraçado acontecia: quando o professor caminhava pra perto dela, e ela entrava no meu campo de visão, eu fixava ainda mais meus olhos no professor, pra não dar na cara. Mas quando ele ia pro outro lado, eu podia de novo estar seguro no meu canto de olho.

Eu não diria "Banal", mas...

O Canalha diz pra Mulher, que o considera Poeta, e não Canalha: "Os Canalhas, por usarem as mesmas palavras que nós, Poetas, banalizaram e ridicularizaram as frases mais sinceras sobre amor".

Pouco antes, o Canalha tinho dito à Mulher que ela "Significa o mundo pra ele. Que sem ela, não há vida". A Mulher respondeu "Que bonito!", mas enquanto dizia, ele pensava "Claro que não. São mentiras tão óbvias essas que contamos, nós Canalhas. Os Canalhas dizem pras Mulheres o que ouviram nos filmes, que por sua vez, são frases copiadas dos romances de tantos anos atrás" Ela chegaria facilmente ao mesmo pensamento, mas quer demais acreditar naquilo. O amor significa o mundo pras Mulheres e elas podem realizar esses sacrifícios de ignorar as inverdades na fala poética dos Canalhas.

Bem, pros Poetas, que, sim, existem, sobra tentar descobrir frases mais originais que as anteriores, e usá-las rápido, antes que se espalhe entre os canalhas.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um dono e seu cão

* estica seu braço e agarra as bochechas de # com a mão. # beija seus dedos, sua palma, se aninha com carinho na mão pequena de *. * é sério e olha de longe. Ele gosta de ter o controle, de dizer quando é hora de ser adorado e obedecido e quando não. * se sente bem como homem; amanhã, quem sabe, ele passe a ser mais carinhoso. Mas # não se importa; ela o ama.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Quero te ver e não consigo,
Pois perdi meu celular.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Coisa Séria

Hoje caiu a minha árvore, a que ficava na calçada. Ela sempre foi pequena e eu sempre gostei dela; quando cheguei em casa ela era um tronco e muitos galhos, bloqueando a minha garagem. Saindo do buraco, na ponta do tronco, um toco praticamente sem raízes – podre. A prefeitura leva sete dias pra remover. Arrastamos o tronco caído até a calçada vizinha, sem garagem, pra podermos guardar os carros, etc. Galhos foram arrancados pra liberar a passagem de pedestres. Ela era bonita, do seu jeito, e continuava bonita deitada no concreto, meio morta, a madeira esculpida pelos seus próprios nós característicos. Lembrava uma escultura, ou até um nu artístico. Saí correndo pro cinema, voltei só de madrugada e o tronco já não estava mais lá, sumiu sabe-se lá como. É engraçado isso, a falta de uma árvore como aquela. A sensação é quase como a da morte de alguma pessoa, eu acho. Essa ausência, esse buraco que não vai mais voltar ao normal. Foram doze anos, eu e a árvore, de reconhecimento mútuo e silêncio; agora acabou e eu nem me despedi. De tudo aquilo, de todas as brigas com moleques e pipas e pedradas em ninhos de passarinho, de todos os ninhos e tudo o mais, ficou um pedaço de galho e um ramo fino com um emaranhado de grama, ex-ninho ou ensaio de um, sei lá. Vou sentir falta daquela presença quieta que me recebia antes de qualquer um quando eu chegava em casa, que me dizia só em existir ali, desde tão sempre, que eu tinha chegado em casa de verdade.

Muito mais do que do Michael Jackson.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Mamãe foi pro sul. Quando soube, fui atrás.
Saí. E logo que comecei a andar, me perguntei pra onde é o sul?
Lembrei do que a professora me disse. É pra trás.
?

Nunca mais vi mamãe.

sábado, 13 de junho de 2009

Chelsea Sidecar - receita

Side-car de Chelsea 1 gim dos tiros do ½ 1 cointreau do tiro 1 disparou no suco de limão recentemente espremido xarope de açúcar do tiro do ¼ Agite bem com gelo, tensão fina dentro a um vidro de cocktail com torção do limão para decorar. O side-car de Chelsea tem um gosto de refrescamento do limão, com o doce - acidifica a mistura que o faz muito potável. Que dito, o gosto forte do limão overpowers algumas das subtilezas na gim, fazendo lhe uma bebida um tanto undistinctive. Qual é em onde a receita original vem…

quarta-feira, 10 de junho de 2009

/V\

Inspirado n"Os Vales da América", de Borges.

Eu moro num vale.
Um rio passa por ele, e passa perto de onde moro.
Pássaros voam por ele, e voam perto de onde moro.
Um trem passa por ele, e passa perto de onde moro.
Por que só ela prefere as montanhas?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Mary Go Round.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

"mano festo"

A imajem É PÚBLICA.

Isso mesmo. Sua imajem não é sua, é de todos, está a vista e dispozição de todos, que tampouco são donos da sua ou de qualquer outra imajem.

O que é particular, é a capitura da imajem; a foto é daquele que tirou, que capiturou a imajem de algo ou de alguem e prezervou numa foto (ou no mássimo do dono da camera/filme/chipe ou sei lá o que). Essa imajem não é da peçoa de quem ele tirou a foto, NEM FO-DEN-DO!

Tá? 

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Hoje li na frente dum bar.
(ou "Da falta do editor")





" "Por favor não liguem o rádio" - na frente do bar. "

quarta-feira, 13 de maio de 2009

poesia de dia dos namorados

O carro te pegou
t epinchou
es(em)borrachou meu coração.

Que coisa, não?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Bobagem

Fomos pra casa e ela me chamou pro banho e eu fui mas te juro que não conseguia ficar nem mais cinco minutos do lado dela uma vez que eu vi aqueles giolhos asquerosos escorrendo água quente por cada fio dos chevelos pretos que ali lhe cresciam e seguiam em tranças até os seus calvanhais ossudos e cheios de grossas feridas, mas quando estava quase conseguindo alcançar a porta eu caí ao chão e por incrível que pareça é por isso que eu estou aqui.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Koko(ke)ro.


Fugido. Coelho, dragão - lebre lesa correndo no jornal da dona Margarida. Tiro.

TIRO!

Eram cinco da manhã quando eu escutei e corri na janela e vi na rua da Morologia um rapaz que corria.

Café e cigarro e café e cigarro e café; jornal misturado com jornal velho. (Os cheiros do meu pai.)
Anninha não se importava em deixar a luz acesa, mas eu nunca quis. Papai ensina. Papai sabe.


Saindo assim, de madrugada, pensei. Quem é esse rapaz?
-Dona Margarida, te juro que não é o que pensei que fosse... A gente tava mesmo só estudando!
Anninha não concordava.

Agora tem a estrada e o câmbio no volante e vrrrrrum! - meu pai nunca usou cinto de segurança.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

""""""" """""""

´Aspás´que ´cavam´ significado.

sábado, 4 de abril de 2009

vide

tomava banho com todo o cuidado do mundo aquela menina; delicioso de ver a água, a bucha, as espumas que apareciam e sumiam atrás do vidro embaçado.

se envergonhava de mim quando notava o jeito que eu olhava, dava risada, virava as costas e seguia se esfregando, se esfregando feito uma gata e eu
[ querendo ser língua.]

segunda-feira, 30 de março de 2009

De pente, de repente, não estava mais__embaraçada
____na mão___ no chão.........................ela morreu.

sábado, 28 de março de 2009

Karma

Talvez o shoyu tivesse sido um erro. Bom, houve o excesso de azeite, sem dúvida, mas acho que exagero mesmo foi a banana. Me justifico por isso, já que naquele verdadeiro frenesi desesperado em busca de comida numa casa totalmente vazia nada parecia ser o que deveria ser. Talvez o miojo em si tenha sido um erro... Não, sem batatas e nem qualquer outra coisa, o miojo certamente não se constituí como um erro. Com efeito, talvez o mais essencial dos erros tenha sido o caqui como substituto do tomate (assim como o alho substituía a cebola naquele estranho refogado). Bom, se buscar mesmo a origem de tudo, um simples miojo com ovo teria sido melhor, ou até mesmo um omelete nalgum boteco da Teodoro, mas o que eu queria era comer em casa, então... A trilha sonora não foi das mais felizes também, não acho que Brahms possa ser conhecido como patrono da criatividade bem-sucedida. O queijo não seria um erro per se, agora pensando - na verdade, o queijo pode ter sido o maior dos acertos naquele desastre retumbante. Sim, acertei em algumas partes, como no orégano e na pimenta, mas isso se tornou mesmo irrelevante ao final de tudo. Os maiores acertos foram, sem dúvida, cozinhar um ovo e deixar a maior parte do macarrão bem longe do molho maligno que saiu da outra panela. 

Alguns podem me condenar pelo desperdício de comida em algo que tinha tantas chances de dar errado (alho frito em bastante azeite, caqui, banana fatiada, água, shoyu, queijo, pimenta calabresa, orégano e sal), mas eu acredito que maior ainda teria sido o erro se eu simplesmente tivesse desistido de ousar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

bebedice - 21

Dormia, e dormindo me batia. Linda.
Acordada, só me olhou com susto e vergonha, apanhou o pouco de roupa que trazia e saiu sem palavra.
Melhor seria não ser assim dessa maneira.

domingo, 8 de março de 2009

Coelho

No bar - (é sempre no bar e sempre no mesmo), o Nego ou então o Joca ,ou ainda fosse a Lara, coisa mais sem importância, mais eu no balcão fazendo passar a noite. Olhando pro lado tinha o Nego, ou a Lara ou o Bruno, um casalzinho tatuado, uns dois nem sei e ela. Cabelinho escuro, branquinha feito boneca, só podia ser saia por baixo, bonequinha que só. Só. Cerveja, preta, jeito de quem espera porque sempre tem alguém que espera lá, no bar. Faço que sim e rararásóé já quase com sono. Olho de novo, que gracinha que era, aiaiai, mas todo mundo já é tão igual nessas gracinhas que nem tem graça mais, e aí ela ri. Ri torto, uma fila de pedrinhas verdes tombadas umas nas outras como uma fila de soldadinhos todos juntos e espremidos, fuzilados. Riso feio, no acertar da palavra, mas foi aí que me pegou. Coisa feia é normal, mas coisa feia assim, tão sem querer, tão...

Não tirei mais o olho, só torcendo pra mais um riso que fosse pra eu ver aquele show pãnqueporco, ferro-velho dentro da boca que na minha cabeça já era minha em mão, pé, língua e todo o resto, que gritava rindo que queria mais e toda podre e cheirosinha. Mas não riu. Recebeu mensagem e pediu a conta, sumiu. Mas continuou rindo quando eu ia mais fundo de repente e repuxava, rebolava meio mal e era tudo lindo naquele rosto lindo com aquela boca horrível.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pulinhos (um desejo)

Ela corre três quadras pro metrô, toda manhã e cada vez mais tarde. Eu tenho um plano. Um dia eu entro no apartamento - coisa fácil com a roupinha da dengue - e de lá eu roubo cada um de todos os soutiens dela, todinhos. Taco fora e espero porque sei que a grana dela não dá e que correndo daquele jeito não dá pra usar sempre o mesmo. Já tem três dias que eu fico aqui sentado na esquina.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

L

- Meu braço dormiu...
- Então, tira.


- Gosto de você.
- Eu não.
-...
- Gosto de estar com você. Mas de você, não.
-...
- Por que essa cara? Você sabe disso.
- ?
- Gosto dos seus pais, da sua casa, da sua rua, da sua voz, de você não. Você é estranho. Nunca percebeu que quando me olha nos olhos eu desvio?
- Não...
- Hm...
-
-

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

O Drama

daquele que se apega facilmente.

O que será de mim quando ela se for? 
Vou chorar por dias. Vou fazer drama até alguém perguntar o porquê dessa cara, e eu respondo 

que não é nada, umas coisas aí. Assim vai, eu faço todo mundo perguntar e nunca digo o que é. 

Aliás, isso é o que as mulheres fazem. E reclamam da quantidade de perguntas que você faz, 

mas se você não perguntar, piora.

Eu lembro da primeira vez que a vi, uns dez minutos atrás, quando cheguei na estação e sentei 

aqui. Ela mexeu no cabelo olhando no espelho e pegou um livro (que talvez seja Idade da Razão, 

mas não tenho certeza, ela estava uns dois bancos pra lá).
E, depois de cruzar as pernas, balançou o pé, dum jeito que eu gosto. Nos cinco minutos 

seguintes, só pensava em como falar com ela.

Agora o trem vem vindo, acho que não posso mais.
Ia ser bobo não falar aqui, mas falar depois de entrar no trem.
O que será de mim?

domingo, 25 de janeiro de 2009

aquiloquenaosaidemimnaosai - breve ensaio sobre a situação familiar na Serra Gaûcha.

O apito vinha na mesma onda que a gritaria dela... Que Linda vendedoira de sardinhas que era a irmã. O apito parou; o grito não. Saí, sentei, dei um tempo. [Ai, se tivesse pulmães!] ---. It is a long way, broza. O grande lance é que nada disso que você tá pensando nesse momento vale a pena.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

gaza

O filho da vizinha berra, ele berra há horas e então pára. Me sinto mais sozinho, eu e meus sete pianos de cauda. Olho para o alto e só tem fumaça pra se ver, tudo tão lindo antes.

Eu penso em você, Laila. Menos em você que nas suas saias saindo das coxas bambas de tanto baile, mas ainda é você.

tudo é longe e estúpido agora. Você sabe...coisas da vida. Não dá pra desviar a cabeça da fumaça nem pra mexer as coisas presas debaixo da minha cintura. Nem meu braço esquerdo eu consigo mexer. Espero.

...


A fumaça já vai sumindo e eu me sinto no fim. Pego no bolso da camisa o meu último cigarro, boto na boca acendo a fumaça sobe e tudo some e aí acaba tudo, Laila, a vizinha, o cachorro que eu nunca comprei pro meu filho quando podia pensar em ter um filho.

Morri num bombardeio pra nascer de novo num quarto de hotel.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009