domingo, 8 de março de 2009

Coelho

No bar - (é sempre no bar e sempre no mesmo), o Nego ou então o Joca ,ou ainda fosse a Lara, coisa mais sem importância, mais eu no balcão fazendo passar a noite. Olhando pro lado tinha o Nego, ou a Lara ou o Bruno, um casalzinho tatuado, uns dois nem sei e ela. Cabelinho escuro, branquinha feito boneca, só podia ser saia por baixo, bonequinha que só. Só. Cerveja, preta, jeito de quem espera porque sempre tem alguém que espera lá, no bar. Faço que sim e rararásóé já quase com sono. Olho de novo, que gracinha que era, aiaiai, mas todo mundo já é tão igual nessas gracinhas que nem tem graça mais, e aí ela ri. Ri torto, uma fila de pedrinhas verdes tombadas umas nas outras como uma fila de soldadinhos todos juntos e espremidos, fuzilados. Riso feio, no acertar da palavra, mas foi aí que me pegou. Coisa feia é normal, mas coisa feia assim, tão sem querer, tão...

Não tirei mais o olho, só torcendo pra mais um riso que fosse pra eu ver aquele show pãnqueporco, ferro-velho dentro da boca que na minha cabeça já era minha em mão, pé, língua e todo o resto, que gritava rindo que queria mais e toda podre e cheirosinha. Mas não riu. Recebeu mensagem e pediu a conta, sumiu. Mas continuou rindo quando eu ia mais fundo de repente e repuxava, rebolava meio mal e era tudo lindo naquele rosto lindo com aquela boca horrível.

2 comentários:

Giba disse...

Parece com você o cara do texto.

hnrchcrnh disse...

Mesma coisa, Vini.
E aí? =D