segunda-feira, 30 de março de 2009

De pente, de repente, não estava mais__embaraçada
____na mão___ no chão.........................ela morreu.

sábado, 28 de março de 2009

Karma

Talvez o shoyu tivesse sido um erro. Bom, houve o excesso de azeite, sem dúvida, mas acho que exagero mesmo foi a banana. Me justifico por isso, já que naquele verdadeiro frenesi desesperado em busca de comida numa casa totalmente vazia nada parecia ser o que deveria ser. Talvez o miojo em si tenha sido um erro... Não, sem batatas e nem qualquer outra coisa, o miojo certamente não se constituí como um erro. Com efeito, talvez o mais essencial dos erros tenha sido o caqui como substituto do tomate (assim como o alho substituía a cebola naquele estranho refogado). Bom, se buscar mesmo a origem de tudo, um simples miojo com ovo teria sido melhor, ou até mesmo um omelete nalgum boteco da Teodoro, mas o que eu queria era comer em casa, então... A trilha sonora não foi das mais felizes também, não acho que Brahms possa ser conhecido como patrono da criatividade bem-sucedida. O queijo não seria um erro per se, agora pensando - na verdade, o queijo pode ter sido o maior dos acertos naquele desastre retumbante. Sim, acertei em algumas partes, como no orégano e na pimenta, mas isso se tornou mesmo irrelevante ao final de tudo. Os maiores acertos foram, sem dúvida, cozinhar um ovo e deixar a maior parte do macarrão bem longe do molho maligno que saiu da outra panela. 

Alguns podem me condenar pelo desperdício de comida em algo que tinha tantas chances de dar errado (alho frito em bastante azeite, caqui, banana fatiada, água, shoyu, queijo, pimenta calabresa, orégano e sal), mas eu acredito que maior ainda teria sido o erro se eu simplesmente tivesse desistido de ousar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

bebedice - 21

Dormia, e dormindo me batia. Linda.
Acordada, só me olhou com susto e vergonha, apanhou o pouco de roupa que trazia e saiu sem palavra.
Melhor seria não ser assim dessa maneira.

domingo, 8 de março de 2009

Coelho

No bar - (é sempre no bar e sempre no mesmo), o Nego ou então o Joca ,ou ainda fosse a Lara, coisa mais sem importância, mais eu no balcão fazendo passar a noite. Olhando pro lado tinha o Nego, ou a Lara ou o Bruno, um casalzinho tatuado, uns dois nem sei e ela. Cabelinho escuro, branquinha feito boneca, só podia ser saia por baixo, bonequinha que só. Só. Cerveja, preta, jeito de quem espera porque sempre tem alguém que espera lá, no bar. Faço que sim e rararásóé já quase com sono. Olho de novo, que gracinha que era, aiaiai, mas todo mundo já é tão igual nessas gracinhas que nem tem graça mais, e aí ela ri. Ri torto, uma fila de pedrinhas verdes tombadas umas nas outras como uma fila de soldadinhos todos juntos e espremidos, fuzilados. Riso feio, no acertar da palavra, mas foi aí que me pegou. Coisa feia é normal, mas coisa feia assim, tão sem querer, tão...

Não tirei mais o olho, só torcendo pra mais um riso que fosse pra eu ver aquele show pãnqueporco, ferro-velho dentro da boca que na minha cabeça já era minha em mão, pé, língua e todo o resto, que gritava rindo que queria mais e toda podre e cheirosinha. Mas não riu. Recebeu mensagem e pediu a conta, sumiu. Mas continuou rindo quando eu ia mais fundo de repente e repuxava, rebolava meio mal e era tudo lindo naquele rosto lindo com aquela boca horrível.