quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O ABC ainda é o mesmo.

Eu lembro do flerte na sala de aula. Era mais ou menos assim: às vezes conseguia sentar do lado da moça, aí era fácil, só puxar assunto, mas, quando não, era terrível.
Eu fixava os olhos no professor e punha uma expressão no rosto que mostrava toda minha compreensão e entendimento da aula, sabe?, pra parecer o tal. Mas olha: por dentro, e principalmente pelo canto do olho, era só nela que eu mirava. A impressão que eu tinha, e que imagino que todos tenham nesses momentos, é que ela retribuia o olhar de canto de olho, só que mais do canto ainda (as mulheres tem essa habilidade), às vezes até deixando escapar uma expressão de esforço no rosto e uma leve (íssima) virada no pescoço pra ver melhor.

O mais difícil era não mostrar que eu tinha tanto interesse. Ignorar é ótimo pra conseguir a atenção delas.
E é aí que o mais engraçado acontecia: quando o professor caminhava pra perto dela, e ela entrava no meu campo de visão, eu fixava ainda mais meus olhos no professor, pra não dar na cara. Mas quando ele ia pro outro lado, eu podia de novo estar seguro no meu canto de olho.

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